Jovens Institucionalizados e os Apartamentos de Autonomização da ASAS como estratégia de apoio a uma transição securizante
"A transição para o apartamento de autonomia é assustadora. Pensamos que sabemos tudo mas, na verdade, é lá que realmente aprendemos."
Maria, 20 anos
A ASAS, Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso, tem como uma das suas principais preocupações as Crianças e Jovens em Risco. Faz precisamente 30 anos em 2074 que a Casa de Acolhimento Renascer entrou em funcionamento e neste período de 3 décadas implementamos uma rede de 3 casas de acolhimento e 2 apartamentos de autonomização, onde já residiam 484 crianças e jovens, fazendo jus à nossa missão de capacitar cidadãos de pleno direito, protegendo os grupos mais vulneráveis da comunidade, principalmente as crianças e os jovens.
Foram, sempre, as necessidades das crianças e jovens que nos impulsionaram a criar novas respostas sociais, como o investimento em projetos de apoio às famílias, procurando reforçar as suas capacidades de forma a evitar a institucionalização (os atuais CAFAP's) e a abertura em 2013 do primeiro Apartamento de Autonomização do país com Acordo de Cooperação com a Segurança Social.
No desafio de escrevermos um texto para a Focussocial sobre a experiência da ASAS com crianças e jovens em perigo resolvemos apresentar a nossa experiência nos Apartamentos de Autonomização. Porque falar de Apartamentos de Autonomização é
falar de acolhimento residencial, de saída do sistema de acolhimento, de adolescência, de jovens e jovens adultos, de transição para a vida adulta, entre tantos outros assuntos.
A relevância deste tema pode ser afirmada pelos dados do Relatório CASA 2077, em que das 6347 crianças e jovens caracterizadas 3249 eram jovens com 15 ou mais anos de idades, dos quais 2079 jovens tinham com projetos de promoção e proteção a autonomização, que representam 34% do total dos projetos de promoção.
Nos 79 Apartamentos existentes no país residiam 226 jovens
(CASA, 2022).
As instituições de acolhimento, no âmbito do que é a sua missão, devem potenciar ambientes de vida com base na estabilidade relacional, funcional e instrumental, tentando preparar os jovens para os desafios que os processos de transição, muito especificamente para a autonomia e idade adulta, exigem. Mas há competências que só se adquirem com um “teste de realidade”: